CONSCIÊNCIA DE QUÊ?
Semana de comemoração do Dia de Zumbi dos Palmares - o Dia da Consciência Negra. Ao participar dos eventos da data é possível perceber que, apesar da grandeza cultural, o que existe mesmo é um "marketing pesado em cima da herança deixada pela escravidão", assim como me disse uma jovem afro-descendente.
A única semana do ano em que ser negro é status, em que penteados afro são estilosos e não sujos, em que a dança e adereços étnicos não são coisa de macumbeiro. Muito pelo contrário. Moças de cabelos lisos querem endurecê-los, a negra não fede e desfilar com uma é sinônimo de avanço cultural e todos querem mexer sensualmente os quadris, identificando-se com a música difundida pelas senzalas.
A culpa desse quadro é em grande parte nossa, afro-brasileiros, que insistimos em nos colocar na condição de "coitadinhos" da história do país. Ao invés de assumirmos nossa identidade, de nos aceitarmos e de enfrentarmos o preconceito com a cabeça erguida, insistimos em perpetuar nosso discurso de que queremos direitos, queremos respeito, queremos igualdade e poucos de nós fazem algo por isso de forma realmente consciente, sem ser por interesses políticos. Todo 20 de novembro é igual. Nós "queremos", "exigimos", mas durante o ano todo somos apenas aqueles que alisam seus cabelos e abominam suas expressões culturais, tratando a sua própria cultura de maneira pejorativa.
Ainda temos vergonha dessa cor, vergonha de ter Zumbi como ícone e nos escondemos em falsos discursos moralistas de que o problema é só do governo e da sociedade branca. Por isso, no mês de novembro não somente "celebramos" nossa negritude, como também abrimos os olhos e vemos que nesse país, qualquer outra etnia consegue ser mais negra do que nós mesmos.
Semana de comemoração do Dia de Zumbi dos Palmares - o Dia da Consciência Negra. Ao participar dos eventos da data é possível perceber que, apesar da grandeza cultural, o que existe mesmo é um "marketing pesado em cima da herança deixada pela escravidão", assim como me disse uma jovem afro-descendente.

A única semana do ano em que ser negro é status, em que penteados afro são estilosos e não sujos, em que a dança e adereços étnicos não são coisa de macumbeiro. Muito pelo contrário. Moças de cabelos lisos querem endurecê-los, a negra não fede e desfilar com uma é sinônimo de avanço cultural e todos querem mexer sensualmente os quadris, identificando-se com a música difundida pelas senzalas.
A culpa desse quadro é em grande parte nossa, afro-brasileiros, que insistimos em nos colocar na condição de "coitadinhos" da história do país. Ao invés de assumirmos nossa identidade, de nos aceitarmos e de enfrentarmos o preconceito com a cabeça erguida, insistimos em perpetuar nosso discurso de que queremos direitos, queremos respeito, queremos igualdade e poucos de nós fazem algo por isso de forma realmente consciente, sem ser por interesses políticos. Todo 20 de novembro é igual. Nós "queremos", "exigimos", mas durante o ano todo somos apenas aqueles que alisam seus cabelos e abominam suas expressões culturais, tratando a sua própria cultura de maneira pejorativa.
Ainda temos vergonha dessa cor, vergonha de ter Zumbi como ícone e nos escondemos em falsos discursos moralistas de que o problema é só do governo e da sociedade branca. Por isso, no mês de novembro não somente "celebramos" nossa negritude, como também abrimos os olhos e vemos que nesse país, qualquer outra etnia consegue ser mais negra do que nós mesmos.
A cantora de funk Tati Quebra-Barraco, em ofensa aos policiais que a pegaram dirigindo seu Citroën Picasso sem habilitação.
Dica: Um judeu cantando reggae, Matisyahu - nascido na Pensilvânia - virou sucesso mundial do gênero. Merece ser som do dia.