27 de junho de 2006

Tpm & Futebol

TPM & FUTEBOL


Tendência Para Matar; Tocou, Perguntou, Morre; Tente no Próximo Mês; Tô Pirada Mesmo. São as várias possibilidades de tradução para TPM, mais conhecida como Tensão Pré-Menstrual (ou durante, ou pós, ou constante, depende da mulher). A alteração hormonal provocada pelo assassinato mensal dos óvulos desencadeia uma das piores inimigas do gênero feminino. Sensibilidade excessiva, irritação, depressão, alimentação compulsiva, estresse exacerbado, impaciência, dores de cabeça, carência e agressividade são alguns dos sintomas que variam de acordo com a paciente.

O fato em questão é: existe momento mais adequado do que um campeonato futebolístico para descarregar tal desvio emocional? Ok, existe. Mas, como estamos em época de Copa, o futebol fica em evidência. É incomparavelmente delicioso poder escolher vários destinos para enviar aquele(s) jogador(es) extremamente perna(s) de pau - e que pernas são aquelas -, além da possibilidade de usar o jogo como justificativa para o emprego de um vocabulário vasto de adjetivos e afins. Sim, pois nada mais gratificante do que tornar públicas nossas concepções tecnicamente femininas do que é um jogo realmente bom.

Para que culpar seu chefe, o namorado - ou melhor, homens em geral -, a caixa de chocolates vazia, o seu cabelo ou a quina da parede que bateu em seu pé (porque em tal contexto não acontece o contrário) pelo seu período insuportável? Destrua sua televisão e não assista a mais nenhum jogo, beba e coma de forma exorbitante até não conseguir mais levantar-se para gritar gol, xingue a ponto dos seus vizinhos fazerem um abaixo assinado para que sejas expulsa do prédio e depois chore devido a tudo isso, mas não esqueça: coloque a culpa no futebol.

PS: O hiatus temporário deveu-se a assuntos acadêmicos vivenciados pela blogueira nas últimas semanas.


"Gordo bate recorde"
Manchete de jornal Argentino, referindo-se ao desempenho do jogador Ronaldo
Globo Online - 27/06/06



DICA: Está com o final de tarde livre, ou acabou de receber seu salário, vá assistir a Poseidon. Divertido, mas sem destacar-se entre os demais, além de possuir uma narrativa um tanto quanto mal construída. Mas se redação e nem roteiros cinematográficos são o seu forte, passará despercebido. Enjoy!



Som do dia: Till It Happens To You (Corinne Bailey Rae)

12 de junho de 2006

X & Y

X & Y


Sexta-feira, onze e vinte da manhã, um casal discute ardentemente na rua Afonso Pena. Enquanto a voz grossa masculina acompanha o dedo que parece desejar furar os olhos da mulher, esta por sua vez grita escandalosamente, com lágrimas escorrendo de seus olhos. Eis que momentos depois, em uma tentativa de virar as costas e seguir do outro lado da rua, a mulher tem seus cabelos agressivamente puxados pelo homem, em uma cena digna de "mulher-do-homem das cavernas".

Meu impulso foi colocar a mão na bolsa e puxar a máquina. Mas para quê? Com a idéia de que a vida privada não me diz respeito - ou pelo menos não deveria dizer -, contive meu instinto. Uma senhora pediu-me para ligar para a polícia. Para quê, novamente? Se a nossa "ilustre" segurança não resolve problemas mais graves que afetam a população em geral, o que iria fazer com uma briga de casal? Pelo que presenciei, não houve morte, não houve danos a outrem, e nem houve desacato à "autoridade".

O que terá acontecido com esse casal? Estariam hoje, no dia dos namorados, trocando presentes e fazendo juras de amor, para no dia seguinte esbofetearem-se novamente? Para uma vez no ano lembrarem-se que a quem se ama deve-se doar respeito, carinho e compreensão? Melhor se fossem todos os dias, mas infelizmente não o é. Feliz é o comércio! Que poderá namorar cheio de tesão o seu lucro em cima dos relacionamentos amorosos...

P.S.: Sou um ser humano e além disso mulher. Reivindiquei o meu presente sim senhor!


"O Brasil tem que se preocupar com problemas internos, e não com problemas que podem ser resolvidos".
Raica de Oliveira, em entrevista ao Globo Online, em relação à preocupação com o desempenho de Ronaldo na Copa do Mundo, devido a seus problemas físicos.



Som do dia: Warning Sign (Coldplay)

3 de junho de 2006

Maratona Cabeça

MARATONA CABEÇA


Um frio cortante assolava o Rio de Janeiro e eu me contorcia contando os minutos para poder entrar no cinema. De ontem (sexta-feira) para hoje (sábado), no literalmente grande Cinema Odeon, aconteceu a Maratona Odeon BR, que bate ponto no local na primeira sexta-feira de cada mês. Era o encontro dos cinéfilos e dos "papos-cabeça" - ou dos metidos a cinéfilos com papo-cabeça -, e também de curiosos "mente-aberta" - como eu -, que resolveram apostar no evento como a "baladinha" de sexta.

Contudo, antes de meia-noite meu cérebro ainda me permite algumas filosofadas, mas depois disso a dificuldade é quase de 100%. Se vi os filmes na íntegra? Não! Batizei todos com minha "dormidinha" básica e dolorida naquela cadeira vermelha desconfortável. Vi metade de cada filme, para ser mais precisamente sincera.

Meus aplausos vão para a música rock nos intervalos, que mesmo um tanto quanto fraquinhas faziam parte da minha seleção de preferências, e para o hipnotizante Colin Farrell, que apesar de estar chatíssimo no inédito "Pergunte Ao Pó", está em ótima forma física. Sem esquecer do bolo de café-da-manhã, que ao contrário do depoimento de alguns amigos, não estava parecendo uma pedra.

Me desculpem os intelectuais de plantão, mas não consigo entender o sucesso de um inseto falante e um nerd da matemática que enfia uma furadeira no cérebro. Ainda não. Um dia conseguirei atingir o nível cultural de vocês e sair do cinema rumo à gélida manhã da Cinelândia sem estar cambaleando devido às "pestanejadas" indesejáveis.

"Muito nervosa, uma repórter gritava que queria sair dali".
Em reportagem de Cristiane de Cássia, descrevendo o momento em que o carro blindado do Bope, o "caveirão", tornou-se escudo para os jornalistas que fugiam dos tiros no alto do Morro da Providência.
O Globo - 02/06/2006


Som do dia: Crazy (Gnarls Barkley)