31 de julho de 2006

O Rio é Gay (???)

O RIO É GAY (???)


Olhei muito pela janela antes de sair. Cheguei a cruzar as pernas e começar a tocar meu violão. Mas, tinha muita gente lá em casa disposta a enfrentar a chuva e o frio e rumar até a Avenida Atlântica.
Apesar do quadro climático do Rio de Janeiro, a orla de Copacabana estava consideravelmente cheia para um dia de chuva. A cada ano que passa são mais carros e mais gente que manda o preconceito para "aquele lugar". Meu quarto ano consecutivo de presença na 11ª Parada do Orgulho GLBT do Rio de Janeiro, isto é, a Parada Gay.

Vou para lá todos os anos por vários motivos: primeiro, porque eu sou viciadíssima em música eletrônica (muitos já devem ter percebido) e vamos combinar, baladas GLS são ótimas para curtir e-music; segundo, porque acho que é um momento único em que tanta mistura indica uma única coisa - que somos todos seres humanos; e terceiro, porque adoro ver a cara do meu namorado quando me dizem "se der mole eu levo pra casa". Não deixo não. É meu!

Choveu. E muito. Mas ainda assim, as plumas e os paetês estavam belíssimos.

"Acho que é a única atividade humana em que os homens sempre dominam a situação".
Comentário do Luiz Gustavo de Sá no meu post sobre Dança de Salão.


Som do dia: Maneater - Remix (Nelly Furtado, Feat. Lil Wayne)

23 de julho de 2006

Jornalismo Dançante

JORNALISMO DANÇANTE


O bordão "jornalista não tem férias" foi constatado ser verdadeiro. E é por isso que estou em mais uma aventura jornalística. Dessa vez, sobre dança de salão.

Como o ofício de repórter não consiste somente em fotos e entrevistas, mas também em observação e em algumas vezes participação, tratando-se de dança não houve hesitação. Gosto muito de forró e fiquei muito feliz - e tonta - de poder participar de uma aula. Esse é o legal do jornalismo, você participa das coisas com a desculpa de estar a trabalho e se diverte realizando-as (ou não).

Aprendi vários pontos interessantes como a diferença entre as danças dentro das variações do forró e o de deixar o trabalho todo para o homem. Foi uma das raras vezes em que concordei com a idéia de deixar o homem guiar a mulher e fazer o esforço todo. O desempenho da dama depende do quão bem o homem dança e aí eu percebi porque eu nunca me sentia totalmente satisfeita dançando tal ritmo. Com o impulso autoritário e agressivo que a repórter possui, sempre quis induzir o homem a fazer os floreados e embelezar a condução. Mas agora sei em quem colocar a culpa...Novamente.


"Desconfio de revivals, parece um bando de velhinhos espertos tentando descolar grana para pagar seus geriatras".
Rita Lee, sobre a volta dos Mutantes no cenário musical



Som do dia: High (James Blunt)

11 de julho de 2006

Mais Uma Página

MAIS UMA PÁGINA


Com a constante absorção de informações sobre "sociedade do espetáculo" e "meios de comunicação de massa" a que são submetidos os estudantes de comunicação, passei a ter aversão a novelas, pelo fato de estas sempre serem debatidas como forma de influência e alienação da sociedade, além de propor um mundo utópico veiculado pela mídia, o que não deixa de ser um tanto quanto verdadeiro.

Contudo, mais uma novela global estreou e dessa vez do escritor Manoel Carlos. Como adquiri o costume de assistir integralmente somente o primeiro e último capítulos das novelas, não pude perder a "inauguração". No estilo "Manoel Carlos", uma novela em que, como disse um amigo, "não existe Rio de Janeiro após o túnel Rebouças". Em "Páginas da Vida" a vida dos personagens se passa em algum bairro da Zona Sul, apresentando ambientes familiares, mulheres frustradas com seus casamentos e moradores esbanjando poder aquisitivo, tudo isso embalado pelo clima "Bossa Nova".

Não gostei de ter visto um negro fazendo papel de bandido - e a mídia insiste nisso -, além de ter sido chutado pela personagem de Lília Cabral. Como também não gosto de histórias de amor a primeira vista, que se complicam e nas quais os personagens esperam o final da novela para serem felizes (falta de romantismo, eu sei). Muito menos de mulheres sofredoras, entupindo-se de anti-depressivos por serem "chifradas" pelos respectivos maridos. Mas, como sempre, terá uma polêmica a ser discutida, na qual entrará o caráter falso-moralista da TV Globo. Pelo menos atribui um pouco de realidade às produções novelescas. Aguardemos...

"Acredito que nós mulheres aceitamos e às vezes até gostamos de defeitinhos nos homens".
Fernanda Lima, atriz e modelo.


Som do dia: Longe Demais (Vanessa Da Mata)

6 de julho de 2006

Conversa de Banheiro

CONVERSA DE BANHEIRO


"Eu olho para o R. esparramado no chão, com meia soquete, vestindo meu pijama e rindo da televisão com a boca cheia de pizza de muzzarela e penso 'meu Deus, não é possível que minha vida se resuma a isso'".

Tal depoimento surgiu em um dos "debates" do círculo de amigas, nos quais insiste-se em citar o gênero masculino. Intriga-me o vício feminino em medir o termômetro de sua existência com base nos relacionamentos sentimentais com os seres dotados de pênis.

Cito como exemplo perfeito a atriz Jenifer Aniston. É visível como esta ficou mais sem sal e apagada do que já era (desculpem-me os admiradores) depois de seu divórcio com Brad Pitt. Mas, convenhamos, levar um pé na bunda do Brad e ainda ter que vê-lo desfilando com a bonitona da Jolie é um esmagamento de ego fenomenal. Contudo, deveria ser um incentivo! Se ele subiu o nível, você também é capaz.

Apesar da dificuldade, existem outros meios de lidar com a crueldade masculina sem precisar afogar-se em caixas e caixas de chocolate, vestir seu moletom e ressucitar o CD do Roxette. Só não me pergunte quais são pois tal post não tem a finalidade de servir como auto-ajuda. A proposta é promover uma maior atuação feminina em assuntos que envolvem objetos que cheirem a Hugo Boss, possuam pêlos em maior escala, aquelas mãos firmes, aquela voz sedutoramente grossa, tão bonitinhos de cuequinha...

P.S.1: Em prol da democracia, analisemos o post como relacionamentos sentimentais no geral, já que a formação homem-mulher atualmente não é mais a única existente.

P.S.2: Aviso prévio - possível atraso nos posts futuros devido a hospitalização do computador da blogueira. Ou não. É somente um aviso.


"O mercado de mulheres é maior do que o de homens - produtos de beleza, fogões etc."
O fotógrafo J.R. Duran em entrevista para a revista TPM



Som do dia: Wicked Game (Chris Isaac)

2 de julho de 2006

Opium

OPIUM


Vou tentar fugir um pouco do agenda-setting. Mas, não posso deixar de fazer um comentário: para um time, penta campeão, que possui os melhores artilheiros do mundo, não ter feito nenhum chute a gol aos 40 minutos do segundo tempo, não foi somente o entrosamento e bom jogo dos "francesinhos" que afirmou nossa derrota não...

Já que o "ópio do povo" não deu certo, para abster-se momentaneamente dos problemas, ofereço-lhes o vídeo de Voodoo People (Pendulum remix) do Prodigy - os chamados cyberpunks ingleses - o qual foi inspirado no filme "Intacto". Como dizia Bob Marley, forget your troubles and dance. Hard, hard, hard!



Nota: O Prodigy, que voltou ao Brasil no dia 13 de maio no Skol Beats, em São Paulo (que pena), no final da última década foi o maior grupo de rock eletrônico mundial. Sua formação atualmente foi reduzida a um trio, com Maxim, Liam Howlett e Keith Flint, sem o dançarino Leeroy. Aguardando ansiosamente o retorno ao país, mas please, sem esquecer da cidade maravilhosa.