29 de dezembro de 2006

Ócio criativo

Ócio criativo.


O blog volta depois do ano-novo em Ipanema (se a blogueira sobreviver).

"São Paulo não precisou, por que aqui vai precisar?"
A governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus, afirmando que não solicitará ao governo federal o envio da Força Nacional de Segurança, em decorrência dos ataques ocorridos no Rio, desde a madrugada de quinta-feira (28/12).






Som do dia: Waiting On The World To Change (John Mayer)

18 de dezembro de 2006

(F)Utilidade Supersize

(F)UTILIDADE SUPERSIZE


“Você precisa ver o óculos que eu comprei”, ela começou. O resultado é previsível: na caixa de oncinha, um óculos gigantesco da Chilli Beans, “tipo Nicole Richie” ela completou. É impressionante como seu jeito de andar e de falar ficaram diferentes depois que ela pôs o acessório no rosto.

Exagero é o grito de guerra. Repare-se no tamanho das bolsas, dos saltos, da quantidade de acessórios e opções de maquiagem. Porém, como Freud explica – e permitindo um certo machismo – essa obsessão por tamanho é compreensível. Digamos que seria uma forma sutil e indireta de exteriorizar desejos libidinosos. Ou, tamanho não é documento?

Whatever. As brasileiras estão aí para mostrar que também se pode ser cool em um país tropical. “Besourão” no sol de quarenta graus com havaianas mais baratas é très chic pra desfilar na orla nesse verão. Porque aqui, Nicole Richie tem bunda! E cérebro (???).


"Quando eu me casei, eu sabia, por causa da minha libido, que existiriam outras mulheres na minha vida".
Jack Nicholson, ator.



Som do dia: All Night (Damien Marley)

8 de dezembro de 2006

Personalidade de Vidro

PERSONALIDADE DE VIDRO


Inimigos mortais da maioria das mulheres, controladores da chamada auto-estima. Ele, que mostra aquilo que em algumas vezes não se quer ver. Veste-se para agradá-lo, um receio de ver a verdade, preocupações quanto a suas críticas. Praticamente um homem de vidro.

Intrigou-me uma observação feita dias atrás: por que espelhos de academia nos deixam mais gordas e os espelhos das lojas nos deixam mais magras?? Fácil de responder nessa sociedade fútil, machista e consumista. Me sinto gostosérrima nesses espelhos engordativos. Brincar de Gisele Bündchen às vezes é muito chato. Alguém já pensou nisso?

P.S.: Pretendo cobrir ou descobrir algo interessante no fim de semana e voltar sem essa TPM constante.


"Mulato é cruzamento de mula com égua".
O ator negro, Milton Gonçalves




Som do dia: Lua Estrela (Manacá)

26 de novembro de 2006

Consciência de quê?

CONSCIÊNCIA DE QUÊ?


Semana de comemoração do Dia de Zumbi dos Palmares - o Dia da Consciência Negra. Ao participar dos eventos da data é possível perceber que, apesar da grandeza cultural, o que existe mesmo é um "marketing pesado em cima da herança deixada pela escravidão", assim como me disse uma jovem afro-descendente.

A única semana do ano em que ser negro é status, em que penteados afro são estilosos e não sujos, em que a dança e adereços étnicos não são coisa de macumbeiro. Muito pelo contrário. Moças de cabelos lisos querem endurecê-los, a negra não fede e desfilar com uma é sinônimo de avanço cultural e todos querem mexer sensualmente os quadris, identificando-se com a música difundida pelas senzalas.

A culpa desse quadro é em grande parte nossa, afro-brasileiros, que insistimos em nos colocar na condição de "coitadinhos" da história do país. Ao invés de assumirmos nossa identidade, de nos aceitarmos e de enfrentarmos o preconceito com a cabeça erguida, insistimos em perpetuar nosso discurso de que queremos direitos, queremos respeito, queremos igualdade e poucos de nós fazem algo por isso de forma realmente consciente, sem ser por interesses políticos. Todo 20 de novembro é igual. Nós "queremos", "exigimos", mas durante o ano todo somos apenas aqueles que alisam seus cabelos e abominam suas expressões culturais, tratando a sua própria cultura de maneira pejorativa.

Ainda temos vergonha dessa cor, vergonha de ter Zumbi como ícone e nos escondemos em falsos discursos moralistas de que o problema é só do governo e da sociedade branca. Por isso, no mês de novembro não somente "celebramos" nossa negritude, como também abrimos os olhos e vemos que nesse país, qualquer outra etnia consegue ser mais negra do que nós mesmos.


"Se eu quisesse ir embora, dava 10 reais para eles. São todos mortos de fome mesmo".
A cantora de funk Tati Quebra-Barraco, em ofensa aos policiais que a pegaram dirigindo seu Citroën Picasso sem habilitação.



Dica: Um judeu cantando reggae, Matisyahu - nascido na Pensilvânia - virou sucesso mundial do gênero. Merece ser som do dia.


Som do dia: Time Of Your Song (Matisyahu)

16 de novembro de 2006

No Espaço

NO ESPAÇO


No Brasil ainda vivemos a ditadura e a lavagem cerebral do orkut. Contudo, estamos começando a acordar. Começam a aumentar os burburinhos a respeito de outro sucesso internacional, o My Space.

Assim como a telinha de cor lavanda, o domínio possibilita a criação de uma rede de amigos e participação em comunidades. Apresenta algumas cruciais diferenças como poder trocar o layout quando se cansar dele, publicar vídeos, utilizar uma música de fundo e ter um slide para as fotografias e, claro, não precisar aturar aqueles spams incovenientes e aquela fofoca toda presente em terras orkutianas.

Deve-se reconhecer que o My Space tem maior utilidade para os amantes da música. É possível conhecer um grande número de novos artistas - além de acessar o material dos mais famosos -, já que em sua maioria, a cultura musical está em peso no "criador de espaços". Por ser bem mais cheio de frescurites, torna-se mais difícil fazer os ajustes iniciais, porém, isso muda com o tempo de utilização.

Esse acabou virando um post-propaganda - gratuito -, mas como uma "music addicted" enjoada do "te adiciono no Orkut" tento convencer as pessoas a criarem seus novos espaços. Não poderia deixar vocês, amigos leitores, de fora.

Para criar: www.myspace.com
Meu espaço: www.myspace.com/milennah



"Não quero namorá-lo. Quero sexo mesmo".
Hebe Camargo, em entrevista a Marília Gabriela, referindo-se ao cantor Roberto Carlos.



Dica: Mais um queridinho. Os Infiltrados, com os lindões do Mark Wahlberg, Leonardo DiCaprio, Matt Damon - e claro Jack Nicholson - tem um roteiro muito bem bolado e atuações ovacionais. O filme de Martin Scorsese possui uma trama impecável e mostra porque Nicholson é Nicholson e pode mostrar seu órgão genital na telona.



Som do dia: Dreams (TV On The Radio)

10 de novembro de 2006

Terceiro Mundo Sim, Mas Globalizado

TERCEIRO MUNDO SIM, MAS GLOBALIZADO


Bairro da Tijuca, início da tarde. O ponto de ônibus está lotado. Todos debaixo de um sol escaldante, aguardando ansiosamente pelos seus respectivos transportes.

Eis que caminha em direção ao ponto um senhor, negro, desdentado, com as roupas rasgadas e os pés descalços. O cambaleante indivíduo pára em frente a uma jovem e pergunta: "Do you speak English"? Uma sonoridade distorcida, provocada provavelmente por um alto teor de álcool no sangue, ou pela falta de conhecimento da pronúncia correta.

A jovem, séria e desconfiada, responde que não, apesar de ter entendido a pergunta. Indignado com a resposta, o senhor protesta: "Pô, mas ninguém sabe falar inglês nessa merda de país"! Repentinamente, volta a sorrir e diz: "My name is Jorge", mostrando alegremente sua bocarra com lacunas vazias.

Decepcionado com a falta de atenção dos demais, Jorge continua a andar, tropeçando em seus próprios pés e olhando a paisagem ao redor. Moral da história: O Brasil é um país tão globalizadamente chique que deputados usam bolsa Louis Vuitton e os mendigos falam inglês.

"Se o Clodovil tivesse recebido ajuda, não estaria vivendo a revolta que vive hoje".
O pastor e deputado Édino Fonseca, que apresentou projeto de lei propondo assistência psicológica a quem abandonasse o homossexualismo.



Dica imperdível: Jogos Mortais 3 - Pra quem acompanha a saga de Jigsaw, o terceiro filme da série é um programa e tanto. Com cenas de mortes "caprichadíssimas" e desfechos surpreendentes, a produção está entre as melhores do ano. Esticadinha para uma discussão pós-filme no bar é inevitável.



Som do dia: Grãos (Cof Damu)

2 de novembro de 2006

Brasileirinha

BRASILEIRINHA


"Nossa, que revista grossa", pensei ao ver o exemplar de uma amiga. Ops! Estávamos no mês de outubro. Catei R$ 8,90 das sobras do salário - guardadas com muito esforço mental - e corri para uma banca de jornal.

Ela passou em várias mãos, curiosas, cheias de expectativa. Ciumenta, grafei meu nome na capa, com uma bic azul, próximo à foto da top top Gisele Bündchen. É minha e irei mostrá-la para minhas futuras gerações: a mamãe tem o primeiro exemplar oficial da Rolling Stone Brasil.

Após uma tentativa na década de 70, que durou 36 edições, a conceituada revista norte-americana - referência de cultura pop - abrasileirou-se novamente, apresentando matérias sobre comportamento, moda, política e claro, transbordando música em suas páginas. Letras pequenas, textos grandes, essa faz jus a sua periodicidade - e ao seu preço: dura o mês inteiro.

Se vai dar certo? No Brasil tudo é duvidoso. Apesar da possível previsibilidade, não se sabe nem o que acontecerá durante esses quatro anos de "companheiros". Mas, tentar não custa nada. Ok, às vezes custa sim.


"Se deixarem um pedaço de carne na rua, no jardim ou no parque e os gatos o comerem, de quem será a culpa? Dos gatos ou da carne?"
Taj el Din al Hilali, líder muçulmano, culpando as mulheres estupradas por não usarem o véu.



Som do dia: Jogos Amorosos (Benflos)

23 de outubro de 2006

É Proibido Proibir

É PROIBIDO PROIBIR


A música brasileira a cada dia que passa mostra-se mais peculiar. Como amante incondicional da arte musical, mantenho meus ouvidos e meu coração sempre abertos a novas experiências. Friso que abrir-se a novas "culturas" não significa admirá-las.

Nesse fim de semana, fui apresentada a um senhor, que anda fazendo inúmeros shows pelo Rio de Janeiro, conhecido pelo nome de Mr. Catra. Meu conhecimento sobre o artista era mínimo, até porque ele não faz parte do estilo musical apreciado pela que vos escreve. O cantor de funk foi uma das coisas mais baixas e ridículas que já passaram pelo meu ouvido, e admirou-me a sua versão para Tarde Em Itapoã (Toquinho/Vinícius de Moraes).

O impressionante é que tal artista - que tem suas produções classificadas no gênero chamado de funk proibidão (mas é óbvio) - está tocando em tudo o que é lugar na noite carioca. Ele virou hype! Catra, que segue uma linha "literária" específica em suas músicas - diga-se predominantemente sexual - é o retrato de uma mídia injusta em que, basta falar qualquer porcaria e colocar uma batida no fundo para fazer sucesso.

Confesso uma crise de riso incontrolável ao escutar certas "composições". Mas, é rir para não chorar. Gostaria que as bandas que eu gosto fizessem tanto sucesso quanto ele...


"Se se cometeu um crime eleitoral, eu e qualquer outro cidadão comum deste país temos que pagar pelo crime que cometemos".
Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à Folha de S. Paulo



Som do dia: Scratch Your Name (The Noisettes)

17 de outubro de 2006

Comédia Iceberg

COMÉDIA ICEBERG



As críticas da mídia estavam sendo negativas. Algumas opiniões, totalmente divergentes. Na sala de exibição, muitas risadas - masculinas. Felizmente, paguei mais barato pela sessão no Palácio, antigo cinema de rua, longe do assalto dos shoppings.

O filme faz jus ao nome. Muito Gelo e Dois Dedos D'água. Uma comédia gelada, apelativa e insossa em mais de 50% de suas passagens. Daniel Filho, agraciado pelo maravilhoso Se Eu Fosse Você, de 2005, foi um tanto quanto decepcionante nessa nova produção. Focando a história de duas rebeldes irmãs, que resolvem vingar-se da avó - que na infância torturava-as com suas imposições -, o filme se salva por algumas cenas feitas em animação e pela presença de Mariana Ximenes, que mostra mais uma vez que é capaz de se adequar a qualquer papel.

Como um amigo me disse, "não se pode esperar muito do cinema brasileiro". Na verdade, nossa produção cinematográfica é uma caixinha de surpresas. Claro, com bundas e seios a saltarem das telas, nossa principal característica ao longo de todos esses anos de mídia. Se você costuma ser imune à grande parte das piadas - assim como a que vos escreve -, mate a curiosidade com o DVD. Se não, vá ver nos cinemas. É tão ridículo que pode te divertir.


"Clodovil é uma pessoa muito educada, elegante, fina".
Aldo Rebelo, presidente da Câmara dos Deputados

"Eu sou feito cachorro, é só passar a mão que abano o rabo".
Clodovil, deputado federal eleito, sobre os elogios de Rebelo



Som do dia: Tears And Rain (James Blunt)

13 de outubro de 2006

Velha Infância

VELHA INFÂNCIA


Manhã de feriado. Ressaca da noite anterior, muita dor de cabeça. Esta triplica quando a trilha sonora do seu despertar é o clássico Txutxucão da tia Xuxa, a rainha dos baixinhos. A ficha cai: é dia das crianças.

Crianças são a alegria de um lugar. Sim, com elas tudo é mais florido. Contudo, ataque de crianças em massa modifica radicalmente a minha opinião. E é fato: no dia 12 de outubro, não importa aonde você vá, existe sempre um discípulo do Txutxucão.

Conduzi-me ao silêncio das salas de exposições, e após a interessantíssima "Do Jornal à pintura", do Luciano Figueiredo, no Paço Imperial - que merece destaque pelo exótico trabalho artístico que se pode fazer com papel jornal -, brindei o "dia das crianças" entre cerveja e política, casadinho do momento, que faz emergir a nostálgica lembrança de quando não era preciso votar. Feliz sem saber.

Ao olhar no espelho, não existe mais aquela barriguinha de antigamente, não existe mais o Tivoly Park e as chances de ganhar presentinhos nesse dia diminuem a cada ano. Contudo, fico feliz por minha infância ter tido uma cultura musical mais rica. Preocupa-me a "evolução" musical do Txutxucão que meus filhos irão escutar.

"Lula tenta repetir Júlio César, mas não consegue, porque teria que reformular a frase célebre, dizendo: 'Até tu, quem?'"
Fernando Gabeira, sobre as declarações de Lula de que "não interessa se foi A, B ou C" que lhe deu uma "facada nas costas".



Som do dia: I'm Not My Hair (India Arie feat. Akon)

5 de outubro de 2006

E Agora, Brasil?

E AGORA, BRASIL?


Domingo, dez e meia da manhã. Deputados Federal e Estadual: um espaço vazio. "Mãe, em quem eu voto?", tanta era a relevância desse dia. O vento gelado no Rio de Janeiro ajudava a sujar ainda mais a cidade maravilhosamente poluída, que se transformou em um mar de rostos cínicos e nojentos.

O resultado não foi do jeito que eu queria. Muito longe disto. Mas pelo menos, agora ele vai ter que falar!

Pois é Brasil, quem você escolhe? O sapo ou o chuchu? Ou iremos para o brejo, ou tudo ficará aguado de vez. Ou não. Afinal, a esperança é a última que morre.


"Isso não é celulite. É gostosa em braile".
Anônima



Som do dia: Labios Compartidos (Maná)

20 de setembro de 2006

Jornalista Procura

JORNALISTA PROCURA



Em um site de relacionamentos: "Jornalista apaixonado procura a mulher ideal para relacionamento sério". Não somente este, mas muitos são os perfis de jornalistas procurando por sua cara-metade, cansados do relacionamento "freelancer".

Existe uma discussão acerca dos relacionamentos afetivos dos profissionais de Jornalismo. Bem-sucedidos na profissão e mal-sucedidos no ramo sentimental. Tal afirmação - baseada em depoimentos de outros profissionais - estaria relacionada à dificuldade de conciliar a vida no trabalho com a vida pessoal. Convenhamos, o ritmo de trabalho, principalmente mental é desgastante. Ou, como você acha que o jornal chega nas bancas de domingo a domingo, inlcuindo feriados?

Fora que, jornalista é chato. Muito chato mesmo. Na primeira oportunidade trata logo de falar sobre...Jornalismo! Quem agüenta? Somemente nós mesmos. E é aí que entra a famosa frase - que todo profissional/estudante do ramo já escutou: "jornalista casa com jornalista". Claro, não é uma regra. É somente um comentariozinho "sem-graça" para dizer nas entrelinhas o quanto dividir a vida com um jornalista é insuportável para os reles mortais. Ok, vamos admitir: receber a ligação do seu editor no meio de uma, digamos, namoradinha é corta tesão total, como diz meu até então namorado.

Contudo, é o ramo de atuação de cada um que irá determinar o seu direcionamento profissional e a maneira em que este influenciará na vida pessoal. Mas, parabéns para todos aqueles que nos aturam.


"Vi vários capítulos de Belíssima. É um mundo edulcorado. A quantidade de pessoas bonitas em novelas é assustadora. Não corresponde à realidade".
Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República, em entrevista ao Jornal da Tarde - Veja, 20/09/2006



O Diabo Veste Prada - estréia mais que aguardada em 22/09 (sexta-feira).



Som do dia: Riff (Filhos da Judith)

17 de setembro de 2006

Hipnose

HIPNOSE


Fim de tarde de sábado. Namorado trabalhando, você sem ânimo pra balada, tentando esquecer do trabalho acumulado que você deixou para fazer justamente no fim de semana abafado e nublado do Rio de Janeiro. Eis que estás em frente à televisão, apertando o botão do controle, e passa pela E! Entertainment Television, o maior canal de cultura útil-fútil que você tem conhecimento, para saber dos babados da vida das celebridades internacionais. Pura imprensa marrom.

Mas aí você pára. Pára e ali permanece por um bom tempo, pois está passando mais um dos inúmeros top tops feitos pela emissora. E dessa vez, o ranking é dos bad-boys mais sexies do mundo do entretenimento. Mulher, você troca de canal? Claro que não. Tirando o meu colete feminista usual, afirmo que ainda não conheci uma mulher que não se sinta magnetizada por aquele ser que te olha como se dissesse "eu sou demais e eu sei que você também acha", e continua correndo desesperada atrás daquela criatura que insiste em falar o que quer e te tratar do jeito que bem entende, sem saber o porquê. É aí que entra a tal pergunta Tostines: "as mulheres correm atrás porque eles são cafajestes ou eles são cafajestes porque sabem que assim as mulheres correm atrás"?

Bom, quanto a isso não sei responder, apesar de estar ciente de minhas experiências afetivas passadas. Mas, fiquei ali, parada em frente à televisão, de boca aberta e rezando para que aquele ser, meu sex-symbol da fase pré-adulta estivesse no top 3. E ele apareceu gloriosamente em primeiro lugar. Será que eu preciso dizer quem é?


"Vocês (jornalistas) ficam brigando para ver quem rouba leitor de quem, mas não percebem que quando acabar o analfabetismo no Brasil vai faltar jornal para tanto leitor".
O candidato do PDT Cristovam Buarque - Globo Online, 28/08/06



Som do dia: Supermassive Black Hole (Muse)

10 de setembro de 2006

Shyamalan

SHYAMALAN


Tive que mudar todo o planejamento de assuntos a serem publicados, após assistir a nova produção do diretor M. Night Shyamalan.

Venho acompanhando as "grandes" produções do diretor, após ter visto o filme O Sexto Sentido, em que me senti profundamente intrigada da minha incapacidade intelectual de descobrir que o personagem de Bruce Willis era um fantasma durante todo o filme. Uma pessoa que me fez sentir completamente estúpida e burra merecia o meu respeito. Porém, vivi uma onda de decepções com os filmes posteriores de Shyamalan.

Depois de sair muito aborrecida de A Vila - produção de 2004 -, resolvi pensar sobre o que o diretor estava querendo dizer à humanidade com seus filmes. Compreendendo-o, pelo menos um pouco, resolvi dar oito reais e vinte e cinco centavos - preço de estudante - para assistir A Dama Na Água, estréia desse fim de semana. Como eu já sabia que seria desapontante, não fui com nenhuma expectativa. Só me restou rir ao final do filme, sob os comentários revoltados dos telespectadores que foram assistir basicamente a uma história de ninar infantil: uma ninfa que vem do Mundo Azul e precisa encontrar o seu receptáculo para que possa voltar ao seu mundo em paz, sem ser atacada por uma espécie de "lobo-cachorro", cuja denominação esqueci.

Desta vez, Shyamalan - que tem a mania de fazer pontas em seus filmes e ganhou um personagem maior neste - ficou novamente no "eu quis dizer algo com isso", que poucas pessoas descobrem o que é. Intrigou-me uma frase declarada constantemente na produção: "os seres humanos merecem ser salvos", além da presença de muitas cenas com noticiários sobre guerras, mortes e atrocidades humanas como segundo plano. Garanto que muita gente não prestou atenção nisso, tentando descobrir qual seria a grande sacada na história da ninfa - que diga-se de passagem é vivida pela atriz Bryce Dallas Howard, a mesma que fez a ceguinha do filme A Vila.

Posiciono-me como advogada de defesa do Shyamalan - que está mais bonito nesse filme, pelo menos - e aponto esta produção como mais uma que questiona o posicionamento do ser humano em relação à vida, em que os avanços tecnológicos na nossa sociedade tiraram a nossa inocência e a nossa capacidade de vivermos acreditando em coisas que achamos banais, atualmente, pelo excesso de informação que nos deixa entendidos demais dos assuntos mundanos.

Não vou dizer que gostei. Detestei! Mas, em entrevista com uma astróloga, esta me disse "as pessoas têm que aprender a focar o lado bom que existe em um acontecimento que julgamos ruim". Usar o cérebro nunca é demais.


"Somos todos crentes. Somos todos brasileiros".
O candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso a pastores evangélicos, no Templo da Assembléia de Deus de Santa Cruz, Zona Oeste do RJ (08/09/06).


Som do dia: Confesso que errei (Rockz)

22 de agosto de 2006

Braço Forte, Mão Amiga

BRAÇO FORTE, MÃO AMIGA


Já podem ser observados pelas ruas da cidade o seguinte banner em comemoração ao Dia do Soldado:

Uma amiga, ilustre companheira de senzala universitária, chamou minha atenção para as "entranhas" da mensagem do cartaz. Lembram-se das Diretas Já, aquele movimento em que a população pintou seus rostos em protesto ao regime militar e a favor da instituição de eleições diretas para presidente? Pois é. Assim como os soldados, nos pintamos para "ir à luta". Achei linda a associação.

É interessante a áurea de poder que envolve o exército brasileiro. Meu panorama visual das forças armadas é uma certa exaltação de um instinto selvagem masculino, um tanto quanto irracional, me desculpem. Claro, reconheço a importância das forças armadas e invejo as fardas femininas, très chics. Até mesmo apóio a presença voluntária de mulheres no exército. Mas, tenho uma tese com ilfuências freudianas a respeito do orgulho masculino ao segurar em fuzis.

Historicamente, jornalistas e militares não têm uma relação muito amistosa. No período da ditadura, a imprensa sofreu várias restrições, profissionais foram mortos e torturados. Admito que o jornalismo também exagerou e pecou em alguns aspectos, mas isso é pra outro cofee break. Enfim, foi o caos. Mas agora eu posso falar, meus amores! Acabou a ditadura.

Como uma mera civil, apenas presto minha homenagem ao Dia do Soldado - dia 25 de agosto -, citando nossos heróis camufladinhos como tema do meu post. E aproveito para mostrar minha insatisfação com o excesso de peças de vestuário camufladas nas lojas. Deteeeeesto. No mais, Brasil!

P.S.: E o Dia do Soldado também é dia de estréia! O aguardado filme - pelos fãs, é claro - do seriado Miami Vice. Pra que exército! Só a beleza do Colin Farrell é capaz de salvar o mundo inteiro.





Som do dia: Descomeço (Unidade Imaginária)

16 de agosto de 2006

Desgovernando

DESGOVERNANDO


Iria ser planejada uma visita à Central Globo de Jornalismo para alguns alunos aspirantes a jornalistas da Universidade Veiga de Almeida. Contudo, a presença do grupo não será possível antes do mês de outubro. O alegado foi que não é permitido o acesso de terceiros a nenhum material da emissora que esteja vinculado à eleição desse ano.

Não é novidade que politicagem na mídia cheira a verdura podre. Afinal de contas, interesses políticos são capazes de movimentar uma parte considerável do capital do país. E, quando a "notícia" é dinheiro, meus queridos, essa idéia linda de imparcialidade jornalística não passa de cobertura de bolo.

Confesso que minha vontade de participação no jornalismo político é basicamente testar a minha capacidade de profissionalismo ao não rir na cara de algum engravatado ou cobrir algum barraco excitante. É um tema, ao meu ver, absolutamente chato, apesar de ser indispensável e de suma importância.

Sinto muito, mas vocês leitores não verão por aqui, durante o período de propagandas políticas, a frase "vote com consciência". Cansei de ser hipócrita. E também cansei da lábia murcha masculina. Esse ano votarei em uma mulher.


"Estes resultados não medem o quanto os americanos são idiotas, mas servem para entender a penetração efetiva da cultura pop".
Justificativa do professor Robert Thompson, a respeito do resultado de pesquisa realizada pela Zogby, a qual apontou que mais americanos demonstram ter conhecimento a respeito de Harry Potter (57%) do que de Tony Blair (49%).


Som do dia: Walk Away (Franz Ferdinand)

10 de agosto de 2006

Freud Explica

FREUD EXPLICA


Uma alemã de 44 anos recorre à intervenção da polícia para resolver um problema na sua vida conjugal. A mulher, que estava dormindo separada do seu marido durante vários meses, em uma bela noite, porém, resolve satisfazer seu desejo sexual. O marido se recusou a tal façanha. Após uma discussão - sem mortos ou feridos -, a polícia foi solicitada para conter a disputa no ringue.

O psicólogo Sigmund Freud afirmou várias teorias sobre distúrbios mentais decorrentes de alguma fase sexual não desenvolvida e a influência das questões sexuais no psique humano (um tanto quanto exageradas, eu acho).

Alterações de humor como irritabilidade, depressão, auto-estima fragilizada e falta de ânimo foram apontadas por pesquisadores como resultado da ausência de vida sexual ativa. Com a prática sexual, algumas regiões cerebrais responsáveis pela sensação de bem estar e satisfação são fortemente ativadas.

Sabe aquele ou aquela sua chefe? Freud explica...

P.S.: No caso de abstinência sexual, coma chocolate. Foi comprovado que tal doce é capaz de substituir uma noite de sexo. Sei não...

P.S.2: Post baseado em matéria do Globo Online em 03/08/06 - "Alemã chama polícia porque marido não quer fazer sexo"



"Acho que a idéia dela é de um mau gosto tremendo e ela agiria melhor se fosse pra casa".
Mario Scialoja, chefe da Liga Muçulmana da Itália, sobre a encenação de uma "autocrucificação" contida no show da turnê Confessions Tour, da cantora Madonna, a ser realizado em Roma.


Som do dia: Imperecível (Luxúria)

31 de julho de 2006

O Rio é Gay (???)

O RIO É GAY (???)


Olhei muito pela janela antes de sair. Cheguei a cruzar as pernas e começar a tocar meu violão. Mas, tinha muita gente lá em casa disposta a enfrentar a chuva e o frio e rumar até a Avenida Atlântica.
Apesar do quadro climático do Rio de Janeiro, a orla de Copacabana estava consideravelmente cheia para um dia de chuva. A cada ano que passa são mais carros e mais gente que manda o preconceito para "aquele lugar". Meu quarto ano consecutivo de presença na 11ª Parada do Orgulho GLBT do Rio de Janeiro, isto é, a Parada Gay.

Vou para lá todos os anos por vários motivos: primeiro, porque eu sou viciadíssima em música eletrônica (muitos já devem ter percebido) e vamos combinar, baladas GLS são ótimas para curtir e-music; segundo, porque acho que é um momento único em que tanta mistura indica uma única coisa - que somos todos seres humanos; e terceiro, porque adoro ver a cara do meu namorado quando me dizem "se der mole eu levo pra casa". Não deixo não. É meu!

Choveu. E muito. Mas ainda assim, as plumas e os paetês estavam belíssimos.

"Acho que é a única atividade humana em que os homens sempre dominam a situação".
Comentário do Luiz Gustavo de Sá no meu post sobre Dança de Salão.


Som do dia: Maneater - Remix (Nelly Furtado, Feat. Lil Wayne)

23 de julho de 2006

Jornalismo Dançante

JORNALISMO DANÇANTE


O bordão "jornalista não tem férias" foi constatado ser verdadeiro. E é por isso que estou em mais uma aventura jornalística. Dessa vez, sobre dança de salão.

Como o ofício de repórter não consiste somente em fotos e entrevistas, mas também em observação e em algumas vezes participação, tratando-se de dança não houve hesitação. Gosto muito de forró e fiquei muito feliz - e tonta - de poder participar de uma aula. Esse é o legal do jornalismo, você participa das coisas com a desculpa de estar a trabalho e se diverte realizando-as (ou não).

Aprendi vários pontos interessantes como a diferença entre as danças dentro das variações do forró e o de deixar o trabalho todo para o homem. Foi uma das raras vezes em que concordei com a idéia de deixar o homem guiar a mulher e fazer o esforço todo. O desempenho da dama depende do quão bem o homem dança e aí eu percebi porque eu nunca me sentia totalmente satisfeita dançando tal ritmo. Com o impulso autoritário e agressivo que a repórter possui, sempre quis induzir o homem a fazer os floreados e embelezar a condução. Mas agora sei em quem colocar a culpa...Novamente.


"Desconfio de revivals, parece um bando de velhinhos espertos tentando descolar grana para pagar seus geriatras".
Rita Lee, sobre a volta dos Mutantes no cenário musical



Som do dia: High (James Blunt)

11 de julho de 2006

Mais Uma Página

MAIS UMA PÁGINA


Com a constante absorção de informações sobre "sociedade do espetáculo" e "meios de comunicação de massa" a que são submetidos os estudantes de comunicação, passei a ter aversão a novelas, pelo fato de estas sempre serem debatidas como forma de influência e alienação da sociedade, além de propor um mundo utópico veiculado pela mídia, o que não deixa de ser um tanto quanto verdadeiro.

Contudo, mais uma novela global estreou e dessa vez do escritor Manoel Carlos. Como adquiri o costume de assistir integralmente somente o primeiro e último capítulos das novelas, não pude perder a "inauguração". No estilo "Manoel Carlos", uma novela em que, como disse um amigo, "não existe Rio de Janeiro após o túnel Rebouças". Em "Páginas da Vida" a vida dos personagens se passa em algum bairro da Zona Sul, apresentando ambientes familiares, mulheres frustradas com seus casamentos e moradores esbanjando poder aquisitivo, tudo isso embalado pelo clima "Bossa Nova".

Não gostei de ter visto um negro fazendo papel de bandido - e a mídia insiste nisso -, além de ter sido chutado pela personagem de Lília Cabral. Como também não gosto de histórias de amor a primeira vista, que se complicam e nas quais os personagens esperam o final da novela para serem felizes (falta de romantismo, eu sei). Muito menos de mulheres sofredoras, entupindo-se de anti-depressivos por serem "chifradas" pelos respectivos maridos. Mas, como sempre, terá uma polêmica a ser discutida, na qual entrará o caráter falso-moralista da TV Globo. Pelo menos atribui um pouco de realidade às produções novelescas. Aguardemos...

"Acredito que nós mulheres aceitamos e às vezes até gostamos de defeitinhos nos homens".
Fernanda Lima, atriz e modelo.


Som do dia: Longe Demais (Vanessa Da Mata)

6 de julho de 2006

Conversa de Banheiro

CONVERSA DE BANHEIRO


"Eu olho para o R. esparramado no chão, com meia soquete, vestindo meu pijama e rindo da televisão com a boca cheia de pizza de muzzarela e penso 'meu Deus, não é possível que minha vida se resuma a isso'".

Tal depoimento surgiu em um dos "debates" do círculo de amigas, nos quais insiste-se em citar o gênero masculino. Intriga-me o vício feminino em medir o termômetro de sua existência com base nos relacionamentos sentimentais com os seres dotados de pênis.

Cito como exemplo perfeito a atriz Jenifer Aniston. É visível como esta ficou mais sem sal e apagada do que já era (desculpem-me os admiradores) depois de seu divórcio com Brad Pitt. Mas, convenhamos, levar um pé na bunda do Brad e ainda ter que vê-lo desfilando com a bonitona da Jolie é um esmagamento de ego fenomenal. Contudo, deveria ser um incentivo! Se ele subiu o nível, você também é capaz.

Apesar da dificuldade, existem outros meios de lidar com a crueldade masculina sem precisar afogar-se em caixas e caixas de chocolate, vestir seu moletom e ressucitar o CD do Roxette. Só não me pergunte quais são pois tal post não tem a finalidade de servir como auto-ajuda. A proposta é promover uma maior atuação feminina em assuntos que envolvem objetos que cheirem a Hugo Boss, possuam pêlos em maior escala, aquelas mãos firmes, aquela voz sedutoramente grossa, tão bonitinhos de cuequinha...

P.S.1: Em prol da democracia, analisemos o post como relacionamentos sentimentais no geral, já que a formação homem-mulher atualmente não é mais a única existente.

P.S.2: Aviso prévio - possível atraso nos posts futuros devido a hospitalização do computador da blogueira. Ou não. É somente um aviso.


"O mercado de mulheres é maior do que o de homens - produtos de beleza, fogões etc."
O fotógrafo J.R. Duran em entrevista para a revista TPM



Som do dia: Wicked Game (Chris Isaac)

2 de julho de 2006

Opium

OPIUM


Vou tentar fugir um pouco do agenda-setting. Mas, não posso deixar de fazer um comentário: para um time, penta campeão, que possui os melhores artilheiros do mundo, não ter feito nenhum chute a gol aos 40 minutos do segundo tempo, não foi somente o entrosamento e bom jogo dos "francesinhos" que afirmou nossa derrota não...

Já que o "ópio do povo" não deu certo, para abster-se momentaneamente dos problemas, ofereço-lhes o vídeo de Voodoo People (Pendulum remix) do Prodigy - os chamados cyberpunks ingleses - o qual foi inspirado no filme "Intacto". Como dizia Bob Marley, forget your troubles and dance. Hard, hard, hard!



Nota: O Prodigy, que voltou ao Brasil no dia 13 de maio no Skol Beats, em São Paulo (que pena), no final da última década foi o maior grupo de rock eletrônico mundial. Sua formação atualmente foi reduzida a um trio, com Maxim, Liam Howlett e Keith Flint, sem o dançarino Leeroy. Aguardando ansiosamente o retorno ao país, mas please, sem esquecer da cidade maravilhosa.

27 de junho de 2006

Tpm & Futebol

TPM & FUTEBOL


Tendência Para Matar; Tocou, Perguntou, Morre; Tente no Próximo Mês; Tô Pirada Mesmo. São as várias possibilidades de tradução para TPM, mais conhecida como Tensão Pré-Menstrual (ou durante, ou pós, ou constante, depende da mulher). A alteração hormonal provocada pelo assassinato mensal dos óvulos desencadeia uma das piores inimigas do gênero feminino. Sensibilidade excessiva, irritação, depressão, alimentação compulsiva, estresse exacerbado, impaciência, dores de cabeça, carência e agressividade são alguns dos sintomas que variam de acordo com a paciente.

O fato em questão é: existe momento mais adequado do que um campeonato futebolístico para descarregar tal desvio emocional? Ok, existe. Mas, como estamos em época de Copa, o futebol fica em evidência. É incomparavelmente delicioso poder escolher vários destinos para enviar aquele(s) jogador(es) extremamente perna(s) de pau - e que pernas são aquelas -, além da possibilidade de usar o jogo como justificativa para o emprego de um vocabulário vasto de adjetivos e afins. Sim, pois nada mais gratificante do que tornar públicas nossas concepções tecnicamente femininas do que é um jogo realmente bom.

Para que culpar seu chefe, o namorado - ou melhor, homens em geral -, a caixa de chocolates vazia, o seu cabelo ou a quina da parede que bateu em seu pé (porque em tal contexto não acontece o contrário) pelo seu período insuportável? Destrua sua televisão e não assista a mais nenhum jogo, beba e coma de forma exorbitante até não conseguir mais levantar-se para gritar gol, xingue a ponto dos seus vizinhos fazerem um abaixo assinado para que sejas expulsa do prédio e depois chore devido a tudo isso, mas não esqueça: coloque a culpa no futebol.

PS: O hiatus temporário deveu-se a assuntos acadêmicos vivenciados pela blogueira nas últimas semanas.


"Gordo bate recorde"
Manchete de jornal Argentino, referindo-se ao desempenho do jogador Ronaldo
Globo Online - 27/06/06



DICA: Está com o final de tarde livre, ou acabou de receber seu salário, vá assistir a Poseidon. Divertido, mas sem destacar-se entre os demais, além de possuir uma narrativa um tanto quanto mal construída. Mas se redação e nem roteiros cinematográficos são o seu forte, passará despercebido. Enjoy!



Som do dia: Till It Happens To You (Corinne Bailey Rae)

12 de junho de 2006

X & Y

X & Y


Sexta-feira, onze e vinte da manhã, um casal discute ardentemente na rua Afonso Pena. Enquanto a voz grossa masculina acompanha o dedo que parece desejar furar os olhos da mulher, esta por sua vez grita escandalosamente, com lágrimas escorrendo de seus olhos. Eis que momentos depois, em uma tentativa de virar as costas e seguir do outro lado da rua, a mulher tem seus cabelos agressivamente puxados pelo homem, em uma cena digna de "mulher-do-homem das cavernas".

Meu impulso foi colocar a mão na bolsa e puxar a máquina. Mas para quê? Com a idéia de que a vida privada não me diz respeito - ou pelo menos não deveria dizer -, contive meu instinto. Uma senhora pediu-me para ligar para a polícia. Para quê, novamente? Se a nossa "ilustre" segurança não resolve problemas mais graves que afetam a população em geral, o que iria fazer com uma briga de casal? Pelo que presenciei, não houve morte, não houve danos a outrem, e nem houve desacato à "autoridade".

O que terá acontecido com esse casal? Estariam hoje, no dia dos namorados, trocando presentes e fazendo juras de amor, para no dia seguinte esbofetearem-se novamente? Para uma vez no ano lembrarem-se que a quem se ama deve-se doar respeito, carinho e compreensão? Melhor se fossem todos os dias, mas infelizmente não o é. Feliz é o comércio! Que poderá namorar cheio de tesão o seu lucro em cima dos relacionamentos amorosos...

P.S.: Sou um ser humano e além disso mulher. Reivindiquei o meu presente sim senhor!


"O Brasil tem que se preocupar com problemas internos, e não com problemas que podem ser resolvidos".
Raica de Oliveira, em entrevista ao Globo Online, em relação à preocupação com o desempenho de Ronaldo na Copa do Mundo, devido a seus problemas físicos.



Som do dia: Warning Sign (Coldplay)

3 de junho de 2006

Maratona Cabeça

MARATONA CABEÇA


Um frio cortante assolava o Rio de Janeiro e eu me contorcia contando os minutos para poder entrar no cinema. De ontem (sexta-feira) para hoje (sábado), no literalmente grande Cinema Odeon, aconteceu a Maratona Odeon BR, que bate ponto no local na primeira sexta-feira de cada mês. Era o encontro dos cinéfilos e dos "papos-cabeça" - ou dos metidos a cinéfilos com papo-cabeça -, e também de curiosos "mente-aberta" - como eu -, que resolveram apostar no evento como a "baladinha" de sexta.

Contudo, antes de meia-noite meu cérebro ainda me permite algumas filosofadas, mas depois disso a dificuldade é quase de 100%. Se vi os filmes na íntegra? Não! Batizei todos com minha "dormidinha" básica e dolorida naquela cadeira vermelha desconfortável. Vi metade de cada filme, para ser mais precisamente sincera.

Meus aplausos vão para a música rock nos intervalos, que mesmo um tanto quanto fraquinhas faziam parte da minha seleção de preferências, e para o hipnotizante Colin Farrell, que apesar de estar chatíssimo no inédito "Pergunte Ao Pó", está em ótima forma física. Sem esquecer do bolo de café-da-manhã, que ao contrário do depoimento de alguns amigos, não estava parecendo uma pedra.

Me desculpem os intelectuais de plantão, mas não consigo entender o sucesso de um inseto falante e um nerd da matemática que enfia uma furadeira no cérebro. Ainda não. Um dia conseguirei atingir o nível cultural de vocês e sair do cinema rumo à gélida manhã da Cinelândia sem estar cambaleando devido às "pestanejadas" indesejáveis.

"Muito nervosa, uma repórter gritava que queria sair dali".
Em reportagem de Cristiane de Cássia, descrevendo o momento em que o carro blindado do Bope, o "caveirão", tornou-se escudo para os jornalistas que fugiam dos tiros no alto do Morro da Providência.
O Globo - 02/06/2006


Som do dia: Crazy (Gnarls Barkley)

30 de maio de 2006

Devidamente "Fantasiados"

DEVIDAMENTE "FANTASIADOS"


O país já está todo vestido de verde e amarelo. Na missão jornalística da semana passada, pude ter certeza disso ao fazer a reportagem sobre a SAARA, grande centro comercial do Rio de Janeiro, famoso pela variedade de artigos e preços relativamente baixos. Meus olhos procuravam em vão outras cores. Além do "formigueiro" enchendo suas cestinhas freneticamente com tudo que tivesse o "casalzinho" verde e amarelo.

Seria uma grande hipocrisia andarmos com camisas verde e amarelas pelas ruas, sorrindo e estufando o peito? As desigualdades continuam, a violência continua, mas nem sempre damos importância a esses fatores tão incômodos, além de nos rendermos hipnotizados à ditadura importada de países desenvolvidos? Que seja! Tenho minha opinião sobre o assunto, mas esse post não está sendo escrito com esse propósito. Hipocrisia de alguns, descanso de outros, ou apenas a afirmação de um patriotismo que segue independentemente da existência de uma Copa do Mundo, abro mais um espaço, entre tantos outros, para uma reflexão.

Contudo, temos a certeza de que pelo menos de quatro em quatro anos iremos nos unir para um mesmo ideal e cantarmos o hino nacional de cor (tirando nossos heróicos jogadores, que insistem seguidamente na embromation). Viva o futebol!
Obs: a mãe da blogueira já fincou a bandeirinha verde e amarela na sala.


"Os filhos da mãe que não quiserem ouvir minha música podem desligar o rádio".
James Blunt, cantor britânico, que teve sua canção "You`re Beautiful" banida da rádio inglesa Essex FM, a pedido do público saturado com a excessiva execução da música.
Globo Online/Cultura - 29/05/2006


DICA: A peça A Casa dos Budas Ditosos, baseada no livro homônimo de João Ubaldo Ribeiro. Fernanda Torres é a certeza de um espetáculo altamente divertido ao encarnar uma baiana sexagenária, que conta suas "exóticas" (ou não) aventuras sexuais. Por que será que homens lêem tal livro em menos tempo do que as mulheres?


Som do dia: I Predict A Riot (Kaiser Chiefs)

22 de maio de 2006

Decifrando o Sucesso

Blog estreando em novo endereço. Logo, nada melhor do que falar sobre "a estréia" do fim de semana...


DECIFRANDO O SUCESSO


Cinema lotado. Apesar da chuva de panfletos e declarações distribuídas pela Igreja Católica, as filas para a compra dos ingressos eram quilométricas. Mesmo com a visível agitação, não foram todos (imaginem se tivesse sido) que tiveram a coragem de enfrentar os shoppings nesse fim de semana para ver "o filme do ano". Eu estava lá, para finalmente assitir ao O Código Da Vinci.

Confesso uma aceleração dos batimentos cardíacos ao ver o nome do filme estampado na tela, confesso vários suspiros provocados por Tom Hanks, confesso ter achado foférrimo (como sempre) os biquinhos feitos pela "Amélie Poulain" Audrey Tautou, mas confesso também cochilos de aproximadamente dois segundos durante algumas passagens do filme.

Contudo, não tenho críticas fervorosamente negativas a fazer, e me incluo na porcentagem - provavelmente não tão significativa - dos que saíram satisfeitos do cinema. Apesar de algumas partes do livro terem recebido cortes e versões diferentes no filme - fatores que foram alguns dos principais alvos das críticas - não acho que isto tenha prejudicado a essência da história. Porém, concordo que para uma maior compreensão seja feita antes a leitura da obra de Dan Brown, até pelo fato de eu ser adepta da frase "o livro é sempre melhor do que o filme" (ainda não encontrei quem mudasse minha opinião).

Juntar Tom Hanks com Audrey Tautou, para mim, foi uma torta de chocolate - irresistível. Mas, minha grande paixão do filme foi o ator Paul Bettany, no papel do membro albino da Opus Dei, Silas. Com a mais convincente das interpretações, Paul conseguiu tornar-se realmente assustador, mas sem perder a carga sentimental de um frágil ser humano, o que em muitas vezes foi a salvação da produção de Ron Howard.

Não me intitulo fã de Dan Brown, nem de Howard, já que não me recordo de ter tido acesso a outras obras dos dois, mas acho que a espera valeu a pena. Na medida do possível, é claro. Apesar do cabelinho, Hanks continua valendo meu salário (ou mais, coitado).


"Acho que o filme pode acabar ajudando as igrejas em seu trabalho. Se você coloca um aviso dizendo 'Vamos discutir o gospel', 12 pessoas aparecem. Se coloca 'vamos discutir O Código Da Vinci', aparecem 800".
Declaração feita pelo ator Tom Hanks - O Globo/Rio show de 19/05/2006